quarta-feira, março 21, 2007

A Pagada

Certo dia, a lépida faxineira da casa do pequeno Brian, 3 anos, já se aprontava para os desfechos finais da sua estadia semanal: lavava-se, penteava os longos cabelos, prendia-los para manter a discreção, e andava pela casa, cabeça arreada, silenciosa, esperando pacientemente que alguém criasse vergonha na cara e pagasse sua féria.

"A mamãe precisa pagar a Zilma!". "O Brian apaga!", replicava o pequeno tirano, na já habitual terceira pessoa . Entre obras e obras, por um instante mamãe se viu distraída com outros afazeres anteriores ao pagamento da diária que devia. Passou o dinheiro ao pequeno tirano, que insistia indelével enquanto se afastava da mãe: "Eu quero apagar a Zilma!". Lépido, o pequeno desapareceu.

"Cadê a Zilma?!?", indagou momentos depois uma mamãe atribulada e ansiosa.
"Já apaguei a Zilma..." respondeu Brian. "Já foi."

Cética, mamãe checou a informação prestada pelo pequeno.

Às 18hs do dia 21 de março de 2007, tendo recebido sua diária pelos serviços de limpeza prestados das mãos de um menino de 3 anos de idade, Zilma iniciou sua jornada de retorno para Nova Iguaçu. Apagada.

Um comentário:

Álvaro Borges disse...

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