quinta-feira, novembro 09, 2006

A Mídia Má e a Má Mídia - uma provocação pública a um público conhecido

"Aidim am ahe ama idima
Amidi ama eh a mami dia"
(Mantra de rito funeral dos habitantes de Bukitiingi, cidade na Sumatra que a mídia nunca me disse se foi varrida pelo último tsunami que assolou a região)

"Qualé, grande imprensa?", pergunta perplexo um certo público que já devia estar acostumado com uma mídia má, que nunca lhe foi propriamente simpática. É verdade que ela sempre foi capilarmente ocupada aqui, acolá, nas redações e até mesmo frente às câmeras, por pessoas pertencentes a esse público. Ele sabe, entretanto, que manuais de redação, treinamentos, e especialmente editores e demissões, existem para tornar tudo isso realmente desimportante. Qualé!? Perplexos??

"Qualé, grande imprensa?" insiste esse público. Logo ele, que hoje ele lê o Estadão e O Globo porque "pelo menos não é má mídia", reclama que a mídia é má? É mentira que ninguém lia a Folha de São Paulo e o Jornal do Brasil durante o período de nossa redemocratização e que nunca aderiu publicamente a um de seus editoriais. E, convenhamos, não foi exatamente a qualidade do jornalismo dos Mesquita e dos Marinho que melhorou. E ademais, a qualidade de nossos quadros dirigentes e midiáticos, em perspectiva comparada, nem é tão sofrível assim, pelo menos para quem passou os anos 90 nos Estados Unidos. Não nem tão supreendente assim: a nossa mídia é mais independente e menos censurada do que a deles. Qualé!? Perplexos??

Há má mídia e mídia má. Esse público sabe disso há algum tempo. Vamos parar de brincar de conspiração e voltar a fazer política. Esse público importa para essa política que queremos fazer. E essa mídia também importa. Esse público vlê mídia má se ela não for má mídia. E vlê péssima mídia se fôr mídia do bem.

Aidim am ahe ama idima. Amidi ama eh a mami dia

3 comentários:

Diogo Lyra disse...

Um típico caso de "media culpa, media maxima culpa".

Anônimo disse...

essa ultima frase aí tah meio Idi Amin dada, ide a mim, nenem... e viva raulzito

José Eisenberg disse...

Raulzito na veia, L´Andrada!
E não fui o primeiro a injustiçá-lo nessa de palíndromos. No segundo número da Piauí, a mesma Vanessa Bárbara que fez um excelente trabalho com telemarketing e treinamento no primeiro número pisou nesse tomate.